A Inconfidência Mineira foi um movimento separatista que ocorreu no ano de 1789, mesmo ano da Revolução Francesa. O movimento se deu, principalmente, em função do descontentamento de parte da população mineira pelo domínio português e, consequentemente, pela derrama, taxa cobrada para garantir a arrecadação do quinto (20% do ouro extraído). Esse foi um movimento local, afinal, não havia uma unidade nacional formada nem vias de comunicação rápidas.
Passaram-se 221 anos desde tal movimento. Mudanças ocorreram. São tantas revoluções que me abstenho citá-las. Vivemos hoje em um país democrático e com tecnologia para comunicarmos instantaneamente em todo mundo. Dizem as más línguas que somos um país unido e alegre.
Na verdade, estou escrevendo este texto para dizer que estou triste. Não gosto de pagar mais do dobro de imposto que pagavam os inconfidentes. Não estou contente por ter trabalhado de 1º de Janeiro até hoje apenas para tal finalidade. Não gosto de pensar nisso. Definitivamente, estou triste.
Bom, ao menos não somos o primeiro país do mundo em carga tributária. Perdemos atualmente para França e Suécia (salvo engano). Creio que só não haja revolta nesses três primeiros países “vencedores” por motivos óbvios. Ou a qualidade de ensino, a segurança, a educação, a cultura, entre outros, são excelentes ou existe algum motivo divino ou extraterreno para tal conformidade. Nos dois primeiros países, me parece que existe excelente qualidade nos setores citados. Aqui, Deus é nosso conterrâneo. Nos sobra apenas uma opção, mas quer saber, deixa isso pra lá.
Enfim, não se preocupem comigo. Vou tentar me alegrar um pouco, afinal, até dezembro poderei trabalhar pra mim. Agora, se precisarem de alguém para ser enforcado e esquartejado, o ET aqui está à disposição. Eu faria esse sacrifício em nome dos deuses de Brasília.
7 comentários:
Olá, Pablo.
Gostei da postagem. Falou o historiador, falou o cidadão. Gostei dos dois.
Valeu Lívio,
Espero que eu não seja o único triste da história...
Grande Pablo.
Muito legal o blog.
Você não é o único triste.
Se não ficarmos espertos, com certeza, vão beber até nossa ceveja!!
um abraço
Pablo,gostei de sua reflexão.
Acredito que esse tipo de análise que faz deveria ser trabalhada,na escola,na roda de conversa com os amigos,nas letras das músicas que só falam de bebida,sexo e traições/decepções amorosas.Sabemos que isso vende e agrada a industria cultural,mas precisamos de pessoas que pensam,critiquem e reajam contra os problemas.
E por favor não se coloque como candidato a mártire de um sistema podre e falido.
conselho de um amigo cientista social rsrs
Valeu demais grande Márcio.
Se eles quiserem nossa cerveja, nós lhes oferecemos (com cicuta).
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Celo,
Obrigado por conferir. Concordo plenamente com a visão adorniana e sei que revolução hoje não se faz com um mártir. Precisamos sim, como você disse, de escola, educação e claro, compreender o outro enquando pessoa, não coisa.
"O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas". (Drummond)
Boa tarde Pablo! Mais uma vez lhe parabenizo pelo blog, já li vários textos, mas este, em especial, me chamou muita atenção. Tanto que me lembrei desses versos de Drummond.
Eu entendo bem a sua indignação e sei o porquê dela. Os elitizados intelectualmente se sentem assim, "como se suportassem o peso do mundo nos ombros". E a melhor forma de protesto é justamente essa: alertando o povo com nossos dons! Seja da escrita, da música, de lecionar...
E bem vejo que talentos vc tem de sobra! Escreve mto bem!
Grande Abraço!
Érica
Olá Érica,
Obrigado por estar sempre por aqui... Concordo em termos que, de uma forma ou de outra, alertar...
Um grade abraço e continue por aqui...
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