Sou poeta,
E como poeta posso ser engenheiro
E como engenheiro
Posso construir pontes com versos
Para que pessoas possam passar sobre rios,
Ou apenas servir de abrigo aos indigentes.
Sou poeta,
E como poeta posso ser médico
E como médico
Posso fazer transplantes de coração,
Para que pessoas amem novamente,
Ou simplesmente receitar poemas
Para tristezas com alegrias
E alegrias sem satisfação.
Sou poeta,
E como poeta posso ser operário
E como operário
Posso acordar antes do sol e dar corda no dia,
E quando a noite chegar, serena e calma,
Descansar a ferramenta do corpo
No consolo da família, autopeças de minha alma.
Sou poeta,
E como poeta posso ser um assassino
E como assassino posso esfaquear os tiranos
Com o aço das minhas palavras
E disparar versos de grosso calibre na cabeça da multidão
Sem me preocupar com padre, juiz ou prisão.
Sou poeta,
E como poeta posso ser Jesus
E como Jesus
Posso descrucificar-me,
E sem os pregos nas mãos e os fanáticos nos pés
Andar livremente sobre terra e mar
Recitando poesia em vez de sermão.
Onde não tiver milagres
Ensinar o pão
Onde faltar a palavra
Repartir a ação.
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Sérgio Vaz (poeta e fundador da Cooperifa)
4 comentários:
Oi Pablo!
Na manhã de domingo do dia das mães pude conferir vc e a Marina no clube Caiçaras.Gostei d+! Seria melhor em um boteco, né? C/ algumas cervejas geladas (rsrs),mas valeu assim mesmo.
Parabéns e sucesso a vcs!
E que poema lindo,o poeta é patense?Vc já musicou poemas?
Abraços,
Chris
Olá Christiane,
Agradeço imensamente ter participado do dia das mães e, de fato, música ao vivo combina mais com um bar.
Quanto ao texto, o autor é paulista. É um grande agitador cultural da periferia de São Paulo.
Esta poesia foi retirada da Revista "Caros Amigos", edição Nº 170.
Voltando ao show, me passe seu email que te aviso quando estivermos em um bar ou algo do gênero.
Grande abraço.
Pablo, eu não conhecia Sérgio Vaz. Gostei.
Valeu.
Sim Lívio,
Há algum tempo eu acompanho seus textos pela "Caros Amigos". São muito bons.
Valeu por conferir. Abraço.
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